quarta-feira, 2 de julho de 2008

FALA SIMON

Iniciando nossas publicações Juarez Braga Zamberlan traz um texto politico de sua autoria, o mesmo ja foi publicado no semanário Yucuma, em Três Passos.

O povo gaúcho está acostumado a ver o senador Pedro Simon bradar pela moralidade no trato da coisa pública. Estão presentes na memória dos brasileiros os gestos espalhafatosos do senador, quebrando copos, transmitidos pela TV Senado e reproduzidos em rede por canais abertos e por assinatura. Simon se apresenta muito bem quando o escândalo ou CPI são federais. Quando se trata de atacar desmandos do governo Lula – investigados livremente pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da União – o ex-governador gaúcho é dos últimos inscritos a falar. Talvez porque o horário coincide com o Jornal Nacional, que geralmente capta imagens ao vivo para ilustrar a sua cobertura imparcial.

É incrível o que acontece com alguns políticos gaúchos ao cruzarem o rio Mampituba, que divide o estado com Santa Catarina. Nos últimos quatro meses o Rio Grande do Sul está se debatendo na CPI do Detran, instalada na Assembléia Legislativa para apurar denúncias de desvio de R$ 44 milhões dos cofres públicos, com pagamentos de propinas e financiamentos irregulares de campanha. Dizem também que o escritório utilizado pela deputada Zilá na campanha interna do PSDB foi pago pelo lobista Lair Ferst. Será? Mais de meia dúzia de integrantes do primeiro escalão do desgoverno Yeda já caíram. O vice-governador Paulo Feijó tem insistentemente afirmado que no Banrisul há má gestão e desvio de recursos. A propaganda é: “quem tem Banrisul tem tudo.” É do conhecimento da sociedade gaúcha que no loteamento de cargos do “novo jeito de governar” o Banrisul fica na cota do venerável senador Pedro Simon – PMDB. Com concessões ao tucanato.

O que deixa os gaúchos intrigados é o total silêncio que se abateu sobre o paladino da moralidade farroupilha. Diante dos fatos graves que estão sendo apontados pela CPI do Detran, que coloca o Rio Grande do Sul na lixeira das manchetes nacionais, denegrindo a imagem impoluta dos nossos políticos, especialmente daqueles que se arvoram no direito de apontar o caminho da retidão moral e administrativa, seria recomendável, talvez necessário que Pedro Simon se pronuncie no plenário do Senado da República, deixando clara sua posição sobre o que já foi apurado e sobre as acusações que pesam sobre o partido que ele preside no estado. O Banrisul financia realmente as campanhas dos candidatos do PMDB, como afirmou o ex-secretário Busatto?
Diz o poeta cantor Oswaldo Montenegro: Mudar dói. Não mudar dói muito. Sendo assim, FALA SIMON. Seu silêncio causa sofrimento aos gaúchos e brasileiros e constrangimentos a sua imagem e ao mandato que o povo lhe concedeu. Fala Simon.

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